Língua, religião e alta cultura são os únicos componentes de uma nação que podem sobreviver quando ela chega ao término da sua duração histórica. São os valores universais, que, por servirem a toda a humanidade e não somente ao povo em que se originaram, justificam que ele seja lembrado e admirado por outros povos.
- A Filosofia e a História
A filosofia e a história sempre andaram juntas. Para além de compartilharem – com poucos séculos de diferença – a terra natal, ambas nunca se separaram, posto que a segunda possui certa dependência estrutural da primeira na medida em que o trabalho do filósofo consiste, em grande parte, na coleta e absorção do legado de seus antecessores. No entanto, os antigos filósofos não foram entidades atemporais: eles viveram num certo período histórico cujos problemas influíram diretamente em sua forma de fazer filosofia. Segue que o estudo de tópicos históricos traduz-se numa sina inescapável para o estudante que deseja estudar os filósofos em seu devido contexto.
Um dos primeiros temas históricos com que o estudante de filosofia precisa lidar é o da mitologia. Por conta do extenso uso de analogias e referências advindas de mitos, o interessado em filosofia pré-socrática se vê forçado a entender algo sobre a mitologia grega em geral e também acerca do uso simbólico de uma pletora de seus elementos, sob o risco de erigir uma leitura literal que deturpará todo o sentido dos filosofemas – tal qual a compreensão do fogo heraclítico enquanto equivalente ao utilizado em fogões. No entanto, devemos reter a importância da contextualização devido aos problemas tratados pelos pré-socráticos, em especial o da arché, não terem surgido fortuitamente, mas em decorrência do avanço da ciência na Grécia Antiga.
Nisto, emerge então a pergunta perturbadora: por que a filosofia surgiu entre os gregos e não sob o seio de outro povo? Portanto, é interessante que o estudante conheça algo acerca da civilização grega do tempo de Tales e, também, sobre outras civilizações do mesmo período. Novamente, o estudo de tópicos históricos não significa que o estudante – a menos que deseje – deva se tornar um pequeno historiador; o dado que desejamos destacar é que o estudo da filosofia exige, por si só, conhecimento histórico.
- A Irrupção das Perguntas
Podemos exemplificar o dito mediante o curso natural das perguntas que emergem do estudo da filosofia. Posta a importância da leitura de Homero não apenas por seu valor literário, mas também histórico, logo surge a pergunta: a guerra de Tróia foi real? Nisto, talvez o estudante se interesse em aprender algo sobre a formação da civilização grega e quem foram os Aqueus. Entretanto, como tais povos chegaram na Hélade? E então advém as perguntas sobre as antigas migrações e o estabelecimento de uma miríade de povos no mediterrâneo, o que de uma forma ou outra levará o estudante a ler algo sobre alfabetos antigos, feito o Linear B, o mais antigo registro disponível da língua grega. Por outro lado, tendo em conta que o estudante lerá, fatalmente, algo sobre mitologia – e aqui podemos, novamente, colocar a culpa em Homero –, é natural que haja algum interesse sobre os mitos dos povos circundantes e, assim, entramos na esfera da mitologia comparada, que leva a algumas noções de simbólica em geral e, a depender da curiosidade do estudante, ao comparativo entre línguas antigas feito o proto-grego, o sânscrito védico e o indo-iraniano. Assim fica claro que algo que começou em tópicos de filosofia pode facilmente desembocar no abismo da história.
- Tópicos
Considerando o percurso, há pouco exemplificado, sobre como questões advindas do âmbito da filosofia levam o estudante à leitura de tópicos de história, elenco, aqui, uma pequena bibliografia referente a temas pertinentes durante os estudos filosóficos. Organizo-a quasi-cronologicamente, seguindo de perto os períodos da história da filosofia, ainda que, por vezes, precise abandonar este esquematismo devido à falta, exempli gratia, de filósofos na idade da pedra. Com isto espero que o estudante perceba facilmente o motivo da recomendação de cada livro e, assim, veja que nada foi em vão. Recomendamos ainda que, durante a leitura dos filósofos, o estudante procure pensar um pouco sobre o período em que eles viveram e relacionar isto com o que aprendeu nos livros de história recomendados por aqui. Exemplos corriqueiros são a comparação entre a cosmologia presente no Timeu e a construção da pólis em A República e As Leis com a estrutura das cidades descritas em A Cidade Antiga e O Mundo da Pólis. Recomendamos ainda a comparação entre a Constituição de Atenas e A Política de Aristóteles com o descrito em O Cidadão na Grécia Antiga. Assim poderemos entender os filósofos em seu devido contexto e vacinar-nos, de uma vez para sempre, contra o anacronismo.
TÓPICO I: O INÍCIO DA FILOSOFIA E UM POUCO ANTES DISTO
Uma vez que durante os estudos filosóficos é inevitável que tomemos notas sobre a biografia dos filósofos, é natural que cedo ou tarde procuremos pela fonte primária. No caso dos pensadores antigos, a obra em questão é o Vida e Doutrina dos Filósofos Ilustres, uma coletânea que percorre o período desde os Sábios – sete, até onde se conta – até os ditames de Epicuro; nisto, temos um período que parte de 600 a.C. e vai até 270 a.C. No mesmo livro notamos que Sócrates participou da batalha de Anfípolis, a saber, parte da famosa Guerra do Peloponeso, o que nos leva diretamente ao livro de Tucídides e, a partir dele, às guerras antecedentes – feito as Guerras Médicas. Tendo isso em conta, recomendo alguns livros sobre tais conflitos para que o estudante curioso não perca seu tempo com filmes duvidosos – ainda que muito legais – e vá direto às fontes.
- Diôgenes Laêrtios – Vida e Doutrina dos Filósofos Ilustres
- Tucídides – História da Guerra do Peloponeso
- Heródoto – História
- Victor Davis Hanson – Uma Guerra Sem Igual
- Barry Strauss – A Batalha de Salamina
- F. Lazenby – The Defence of Greece: 490-479 b.C.
Lidos alguns dos livros acima, o estudante atento notará o impacto de tais conflitos no pensamento grego e na filosofia, algo claro àqueles que encontram, na República e nas Leis de Platão, referências aos conflitos com os persas. Todavia, o terror do estudante de filosofia tem nome: mitologia. A chamada especulação mitopoética antecede a filosófica; em termos voegelianos, ela foi uma forma de simbolismo compacto, espécie de síntese confusa – e agora o termo é tomista – que reúne, em si, grande variedade de estratos advindos da experiência, algo perceptível caso retenhamos o aspecto arquetípico das situações e personagens presentes no mito grego, característica herdada pela filosofia e verificável no diálogo platônico. Portanto, para além da lição de casa, digo, ler Homero & Cia, urge que leiamos não apenas sobre o mito grego, mas também acerca do mito em geral, tema importante para que não ajamos feito Pan Paniscus e o tenhamos como forma pré-científica de pesquisa ou alguma outra vulgaridade; o correto é, antes de tudo, compreendê-lo enquanto forma simbólica compacta e onipresente.
Posto que os primeiros filósofos estudados foram gregos, o foco do guia é a civilização grega antiga; segue, então, uma pequena bibliografia sobre o pensamento grego antigo logo após as recomendações mitológicas por, de certa forma, tratarem do mesmo tema sob ângulos diferentes. A forma mentis do grego antigo foi eminentemente mitológica, tornando impossível pensar a antiga hélade de maneira separada de seu panteão, da mesma forma que jamais compreenderemos a construção de uma Pirâmide desprezando a posição divina do Faraó – e, em verdade, eis algo demasiado óbvio para todos os autores recomendados, uma vez que se preocuparam em fornecer informações a respeito dos povos sob exame. Portanto, a distinção entre os temas será, inevitavelmente, capenga.
Aviso: Os volumes de Ordem e História figuram no contexto do entendimento correto dos mitos; para sua função na filosofia voegeliana, consultar o guia correspondente. Devo alertar que interpretações bíblicas utilizadas por este autor são controversas e amplamente criticadas por comentadores modernos. Peço perdão, ainda, pela overdose de Eliade; entretanto, autores bons devem ser recomendados. Preteri o Simbolismo da Mitologia Grega por sua abordagem psicologista me fazer ter vontade de jogar o livro fora.
Mitologia especificamente grega
Em sua presença num cosmos repleto de deuses, o homem grego não separa, como se fossem dois domínios opostos, o natural e o sobrenatural. Estes permanecem intrinsecamente ligados um ao outro.
- Jean-Pierre Vernant – Mito e Tragédia na Grécia Antiga
- Jean-Pierre Vernant – Mito e Religião na Grécia Antiga
- Junito de Souza Brandão – Mitologia Grega
- Alberto Bernabé – Hieros Logos: Poesia órfica Sobre Deuses, a Alma e o Além
- Eric Voegelin – O Mundo da Pólis
Civilização grega antiga
É realmente em Homero que nossa cultura deve partir: é em Homero que começa, para não mais interromper-se, a tradição da cultura grega: seu testemunho é o mais antigo documento que podemos, proveitosamente, compulsar acerca da educação arcaica.
Henri-Irénée Marrou – História da Educação na Antiguidade p.33
- Jean-Pierre Vernant – As Origens do Pensamento Grego
- Claude Mossé – O Cidadão na Grécia Antiga
- Jacqueline de Romilly – A Tragédia Grega
- Pierre Grimal – O Teatro Antigo
- Werner Jaeger – Paidéia: A Educação do Homem Grego
- François Lefevre – História do Mundo Grego Antigo
- S. Kirk – Homer and the Oral Tradition
- Henri-Irénée Marrou – História da Educação na Antiguidade
- Will Durant – The Story of Civilization vol. II: The Life of Greece
Mitos, mitopoética e temas religiosos de grande importância
Há mais de meio século, os eruditos ocidentais passaram a estudar o mito por uma perspectiva que contrasta sensivelmente com a do século XIX, por exemplo. Ao invés de tratar, como seus predecessores, o mito na acepção usual do termo, i. e., como “fábula”, “invenção”, “ficção”, eles o aceitaram tal qual era compreendido pelas sociedades arcaicas, onde o mito designa, ao contrário, uma “história verdadeira” e, ademais, extremamente preciosa por seu caráter sagrado, exemplar e significativo.
Observação: Os livros anteriores já tratam da forma mítica grega e de sua influência civilizacional. Entretanto, é algo ingênuo supor que o estudante de filosofia se limitará ao estudo do mito grego, preterindo a forma simbólica mítica em geral e sua influência na forma mentis do homem. Isto posto, elenco uma bibliografia básica sobre mitos e seu contexto próprio, a saber, uma cosmovisão religiosa. Aproveito para inserir alguns livros sobre o povo hebreu a fim de fornecer ao estudante alguma notícia acerca das concepções que, mais tarde, em consonância com aquelas cultivadas pelos gregos, serão o solo fértil para o germinar da filosofia patrística.
- Thomas Bulfinch – O Livro de Ouro da Mitologia
- Mircea Eliade – Mito e Realidade
- Mircea Eliade – Mitos, Sonhos e Mistérios
- Mircea Eliade – O Mito do Eterno Retorno
- Mircea Eliade – História das Crenças e Idéias Religiosas [3 volumes]
- Mircea Eliade – O Sagrado e o Profano
- Rudolf Otto – O Sagrado
- Northrop Frye – A Bíblia e os Mitos Clássicos
- Ernst Cassirer – Linguagem e Mito
- Eric Voegelin – Israel e a Revelação
- João Evangelista Martins Terra – O Deus dos Indo-Europeus
- João Evangelista Martins Terra – O Deus dos Semitas
- S. Kirk – Myth: Its Meaning and Functions in Ancient and Other Cultures
- Walter Burkert & Peter Bing – Homo Necans: Anthropology Ancient Greek Sacrificial Ritual and Myth
- M. Cornford – From Religion to Philosophy: A Study in the Origins of Western Speculation
- Johannes Maringer – The Gods of the Prehistoric Man
- Emmanuel Anati – The Palestine Before the Hebrews
- Kenyon – Archeology in the Holy land
- Christopher Dawson – Progresso e Religião
TÓPICO II: DA MORTE DE ARISTÓTELES ATÉ STO. AGOSTINHO
O período helenístico
Any portrayal of the Hellenistic era must begin with Alexander the Great. His conquest of the East (334-323 B.C.) marks a turning point in the history of the ancient world. Out of the conditions it created grew a cultural unity larger than any that had existed before […] The new historical fact made possible, and indeed intended, by Alexander was the union of West and East. “West” means here the Greek world centered around the Aegaean; “East,” the area of the old oriental civilizations, stretching from Egypt to the borders of India.
Hans Jonas – Gnostic Religion p.3
A era ecumênica denotará um período na história do gênero humano que se estende aproximadamente da ascensão do império persa à queda do império romano. Visto que esse conceito não está estabelecido na ciência contemporânea, o estudo deve principiar com uma exposição dos eventos epocais que tornaram necessária sua criação, isto é, a queda de Israel e da Hélade ante o poder do império. Pois uma época na história da ordem fica de fato assinalada quando as sociedades que haviam diferenciado a verdade da existência em revelação e filosofia sucumbiram, na história pragmática, diante de novas sociedades do tipo imperial.
Observação: O período helenístico é algo polêmico. Ele representa, de certa forma, a destruição do mundo clássico através do fim das sociedades cosmológicas e, a partir dali, já não será mais possível fazer filosofia como o fez o último grande filósofo até o momento, Aristóteles. A partir daqui, neste período chamado também de ecúmeno, a filosofia sofrerá um solavanco e veremos o florescer de novas formas de religião e também de descrença. Elenco, aqui, uma pequena bibliografia sobre Alexandre, suas conquistas, o que foi o helenismo e, no mesmo contexto – os escombros das antigas sociedades cosmológicas –, do gnosticismo. Embora este guia nada exija para sua ordem de leitura senão os interesses do estudante, deixo o livro de Voegelin por último para que sirva de “argamassa” e reúna, num todo organizado, as informações fornecidas nas obras anteriores.
- Peter Thonemann – The Hellenistic Age: A Very Short Introduction
- Phillip Freeman – Alexandre, o Grande
- Peter Green – Alexandre o Grande e o Período Helenístico
- Hans Jonas – Gnostic Religion
- Eric Voegelin – A Era Ecumênica
- Helmut Koester – Introdução ao Novo Testamento: História, Cultura e Religião do Período Helenístico
O fim da filosofia antiga: domínio e queda do império romano; período patrístico
Quando Rômulo morreu, muitos anos depois de ter enterrado Tito Tácio, os Romanos disseram que o deus Marte o tinha raptado e levado para o céu para transformá-lo em deus, o deus Quirino. E como o veneravam a partir de então, como ainda hoje fazem os napolitanos com São Januário.
Indro Montanelli – História de Roma p.28
Todos os impérios exerceram o seu governo sobre uma diversidade de povos e, a este respeito, o Império Bizantino também não fora excepção. Tivesse a sua população sido fundida de modo sensato, tivesse ela sido unida na aceitação comum da civilização bizantina enquanto civilização dominante do Império, talvez nem fosse necessário dedicar um capítulo a esta matéria. Contudo, a verdade é que até ao momento anterior ao Período Inicial bizantino – nomeadamente, quando a grande construção de Roma começou a mostrar os primeiros hiatos na aproximação do século II d.C. – as várias nações dominadas por Roma tenderam a separar-se e a reclamar a sua individualidade. O crescimento da religião cristã, longe de vir colmatar este hiato, através da introdução de uma aliança universal, apenas o acentuou
Observação: Após o fim do período helenístico, o próximo interesse do estudante tende a ser o Império Romano. Isto ocorre por conta de alguns pontos. As filosofias dominantes neste período, estoicismo, epicurismo, ecletismo e ceticismo – todas de origem grega, uma vez que não houve um construto originalmente romano – obtém, aqui, seu “ápice” e são, certa forma, “sintetizadas” no vocabulário ciceroniano que será, mais tarde, utilizado pela patrística e escolástica. A expansão romana reuniu, numa estrutura mais ou menos inteligível, todo o ecúmeno, de forma que os sábios de vários pontos do império pudessem se comunicar através de pelo menos duas línguas francas, o grego e o latim, e isto foi um fato decisivo para a formação de um vocabulário técnico cujo principal nomothetés foi, novamente, Cícero. O Império forneceu, ainda, o elemento jurídico que formaria a famosa tríade entre a filosofia grega, a religião cristã e o direito romano, comumente tomados como base da “civilização ocidental” – ainda que, para o leigo em filosofia, este assunto pouco importe. O que convém reter é que a queda do império romano é quase simultânea ao fim da filosofia pagã e o início da filosofia cristã, que precisou se desenvolver em meio aos escombros do mundo antigo, período conhecido como a verdadeira idade das trevas e tema de extrema importância para que o estudante entenda a transfiguração das questões herdadas do pensamento clássico e sua reelaboração num novo contexto.
- Indro Montanelli – História de Roma
- Theodor Mommsen – História de Roma [excertos]
- Pierre Grimal – A Civilização Romana
- Philip Sabin & Hans Van Wees – The Cambridge History of Greek and Roman Warfare
- Adrian Goldsworrthy – A Queda de Cartago
- Daniel Rops – História Sagrada do Povo de Deus
- Daniel Rops – Jesus em seu Tempo
- Cristopher Dawson – A Ascensão da Cristandade
- Will Durant – The Story of Civilization vol. III: Caesar and Christ
- Ferdinand Lot – O Fim do Mundo Antigo e o Princípio da Idade Média
- Ruy Afonso da Costa Nunes – História da Educação na Antigüidade Cristã
- Claudio Moreschini – História da Filosofia Patrística
- Cyril Mango – Bizâncio: o Império da Nova Roma
- Will Durant – The Story of Civilization vol. IV: The Age of Faith
- Ian Wood – The Merovingian Kingdoms 450 – 751
- Marios Costambeys – The Carolingian World
- Jean Favier – Carlos Magno
- James Bass Mullinger – Carlos Magno e a Restauração da Educação
- Stephen Jaeger – A Inveja dos Anjos: As Escolas Catedrais e os Ideais Sociais na Europa Medieval (950–1200)
Apêndice
O leitor cristão, interessado nos primórdios da Igreja, ainda que possa ter uma boa noção de sua origem mediante a leitura dos volumes acima, pode complementar seu estudo com as seguintes obras:
- Daniel Rops – História da Igreja de Cristo vol. I: A Igreja dos Apóstolos e dos Mártires
- Daniel Rops – História da Igreja de Cristo vol. II: A Igreja dos Tempos Bárbaros
- Julio Trebolle Barrera – A Bíblia judaica e a Bíblia cristã: Introdução à história da Bíblia
- Lee Martin McDonald – A Origem da Bíblia: um Guia Para os Perplexos
- Brant Pitre – Em defesa do Cristo: As evidências bíblicas e históricas de Jesus
Epílogo
Alguns consideram S. Bernardo de Claraval (1090-1153) como o último patrístico e Sto. Anselmo de Cantuária (1033-1109) como o primeiro escolástico. Não querendo me envolver na disputa pela divisão entre os períodos da filosofia, escolho encerrar este guia tratando de Carlos Magno e seu legado: o renascimento carolíngio, o postulado do latim como língua a acadêmica e a valorização das escolas monásticas e das escolas catedrais que darão origem à escolástica. Neste ponto o estudante de filosofia sabe o suficiente para não passar vergonha numa conversa sobre história antiga e dificilmente cometerá erros ao tratar deste período. Ademais, identificará, com facilidade, confusões contidas em livros de história da filosofia de baixa qualidade.
Semelhante ao ocorrido em outros guias, este não aspira à exaustão; a reunião de uma bibliografia de grosso calibre reuniria muito mais livros e não poderíamos nos manter recomendando apenas obras em português ou inglês. Portanto, o estudante desejoso de aprofundar-se nos temas propostos poderá aumentar seu rol de leituras por conta própria, uma vez que já dispõe de uma boa gama de autores para ler – a título de exemplo, basta conferir o resto da Story of Civilization do Will Durant.
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