Por Richard Cocks
Tradução de PasX e Helkein Filosofia
Notas e Comentários de Helkein Filosofia
Caso a beleza não existisse, então não faria sentido falar, escrever ou especular sobre ela; entretanto, todos os seres humanos reconhecem a existência de coisas belas e todas as línguas dedicaram-lhe um vocábulo correspondente; eis, portado, um indício da existência da beleza. Não é racional crermos que, por exemplo, todos teríamos um vocábulo para água caso esta fosse puramente imaginária, tendo em conta o dado que as palavras são comunitárias denotam certo grau de compartilhamento de experiências; caso fosse diferente, concluir-se-ia nossa incapacidade de entender o próximo – e a vida seria muito frustrante caso não houvesse qualquer convergência entre as opiniões acerca do que é ou não belo, ou caso o ajuizamento fosse absolutamente arbitrário e idiossincrático.
A título de exemplo, podemos verificar que cada língua possui seu termo para “amor”, e eis algo invisível, ainda que real e importante, que serve para que entendamos que nem tudo o que é real deve existir enquanto objeto físico e inerte. A percepção da beleza requer certo ato criativo por parte do perceptor, na medida em que é possível tanto “viajar” através de uma bela paisagem ou permanecer indiferente diante dela quando deveria haver um sentimento de exaltação – entretanto, muitas vezes não estamos dotados do “espírito” correto. É possível que o aborrecimento ou cansaço turvem nossa percepção da beleza; portanto, para que algo seja percebido enquanto belo é necessário que haja uma participação do sujeito e, neste sentido, a beleza “está nos olhos de quem vê”. Entretanto, isto não é o mesmo que afirmar que a beleza é um “nada” ou aquilo que tal ou qual pessoa acha que é, sendo que conclui apenas que nossa percepção dela pode ser afetada por nosso estado de espírito.
Costuma-se dizer que nosso gosto musical se forma, em grande parte, por volta dos 14 até os 19 anos; isto significa que percebemos a beleza de alguns gêneros musicais enquanto permanecemos “imunes” ao encanto dos outros estilos. Muitas pessoas não gostam de ópera, ainda que possam aprender a apreciar; a maioria das pessoas não ouve música clássica, ainda que admitam, talvez a contragosto, que é bonita e que permanece na lista de reprodução de seu celular; caso fosse necessário que optássemos por manter a música clássica e as nossas bandas favoritas, talvez até escolhêssemos, altruisticamente, a primeira, uma vez que seu sumiço prejudicaria bem mais a humanidade do que a supressão das segundas. Grande parte da música clássica permanece amada, apreciada e, mesmo centenas de anos mais tarde, reconhecida como um feito humano inspirador – algo que, decerto, não acontecerá com os ídolos pop da atualidade.
Há muito mais coisas belas do que a maioria das pessoas consegue apreciar, e grande parte da diferença entre os ajuizamentos estéticos denota não apenas gostos, mas capacidades diversas por parte do perceptor; é possível ainda, que haja um “mau gosto”. Isso não significa o mesmo que dize que a beleza esteja “nos olhos de quem vê”, digo, o olho pode simplesmente estar cego para o que está na sua frente. Seria mais correto dizer, antes, que “a percepção da beleza jaz nos olhos de quem vê” e, assim, entendemos que a beleza não aparece ou desaparece, de forma bizarra e dependente do humor ou do gosto do perceptor. Podemos treinar para que prestemos atenção às qualidades estéticas do mundo, ou permanecer alheios a elas. Talvez precisemos cultivar um pouco a paciência para que ouçamos uma longa sinfonia ou lermos um livro mais robusto. Quase todas as pessoas concordam que a beleza interior importa mais do que a exterior, designando por “esteticismo” a fixação na última delas, enquanto se esquece da realidade da verdade e da bondade.
O realismo estético consiste na noção de que a beleza pode ser percebida por todos os que possuem olhos para vê-la, ouvidos para escutá-la e coração para senti-la; a beleza é, acima de tudo, uma propriedade de coisas invisíveis tal qual ocorre com a alma humana. As pessoas percebem que algumas coisas são bonitas e outras não da mesma forma que percebem que alguém é alto ou baixo, rico ou pobre, rápido ou lento e similares; mas para apreciar a beleza é necessário um trabalho conjunto entre a cabeça e o coração, ainda que seja possível um reconhecimento frio, meramente intelectual, da beleza objetiva, mas, neste caso, ela não se revela plenamente cognoscível.
Beleza e seletividade sexual.
Um dos aspectos da beleza consiste em não ser aprendida ou construída culturalmente; bebês recém-nascidos já preferem e olham por mais tempo para rostos bonitos do que para rostos comuns; [1] eis um indício da posse de certo conhecimento inato acerca da beleza e também de nossa preferência por ela.
Em vez de a biologia ser o determinante da beleza, a natureza a utiliza para seus próprios fins; as tão belas penas do pavão não possuem função alguma para além de impressionar fêmeas – e, na verdade, são antes um obstáculo do que um auxílio, pois é preciso energia e recursos para que as penas da cauda cresçam, e isso exige uma ave plenamente saudável e em condições de desperdiçar suas forças na “decoração”. Nisto, as fêmeas saltam entre os ninhos e escolhem o companheiro que possuir o mais bonito – e, assim, o artista vence o atleta! No caso das aves, geralmente o macho é o mais bonito, pois ele precisa da beleza para atrair fêmeas. Os cardeais machos, por exemplo, são muito mais coloridos do que suas companheiras, algo que também ocorre com os gaios azuis. Porém, a beleza ostentada pelas aves para competirem sexualmente pode, ainda que nada tenhamos que ver com seu ciclo reprodutivo, apreciada pelos humanos e, mais importante, [a beleza] não teria função alguma na natureza caso não existisse. As flores evoluíram de forma que fossem atrativas para abelhas e, nisto, rivalizam com suas vizinhas enquanto buscam por atenção; isso significa que as abelhas precisam de alguma preferência estética ou senso de beleza, o que fica ainda mais interessante caso notemos o fato de que os homens também acham flores bonitas. Posta a diferença entre abelhas e humanos, é espantoso que “partilhemos a mesma opinião” sobre flores – e, ainda que seja difícil imaginar como é ser uma abelha, podemos especular sobre a percepção da beleza nas flores.
Crianças muito pequenas percebem e reagem aos olhares de seus professores; num experimento filmado, algumas pessoas leram histórias para crianças de cerca de três anos de idade: primeiro, por uma professora de aparência mediana; depois, por uma muito bonita. O resultado foi que as crianças afirmaram, universal e ingenuamente, que a habilidade de contar histórias da professora bonita era superior, ainda que os pesquisadores tenham tido cuidado em garantir que ambas contassem a história de forma extremamente similar.[2] Mulheres e crianças possuem certa preferência por homens altos – sendo notório que a altura é componente da beleza masculina. Num experimento promovido pela ABC News[3], foram mostradas, para algumas mulheres, uma série de fotografias de homens altos ao lado das de homens baixos: resultou que não houve nada que os pesquisadores pudessem fazer para que as mulheres escolhessem os mais baixos, tal qual descrevê-los feito “médico, autor bem-sucedido, esquiador premiado, investidor de alto risco, milionários aos vinte e cinco anos de idade, etc.” [4]
O que será que as mulheres do experimento diriam deste mero montador de computadores?
Quando perguntada o que faria com que os homens mais baixos, na faixa dos 1.50m, se tornassem preferíveis, uma das mulheres respondeu: “talvez a única coisa que você poderia me dizer é que os outros quatro [homens altos] são assassinos”; outra das mulheres concordou em que um antecedente criminal poderia mudar seu julgamento; entretanto, outra disse que seria necessário descrever os homens altos como molestadores de crianças para que alterasse sua preferência para o homem baixo. As crianças, por sua vez, descreveram os homens baixos como burros, nojentos e sem amigos; já os altos foram descritos como fortes, bonitos e inteligentes.
Em outro experimento filmado, agora com câmeras escondidas, dois homens receberam currículos falsos, mas de conteúdo idêntico e de alta qualidade, sendo o primeiro pertencente a um de aparência comum e o outro bonito feito um modelo. O gerente que entrevistara o homem bonito começou a apresentá-lo aos seus novos colegas de trabalho antes mesmo de ter avançado na entrevista, alegando, depois, que as respostas daquele foram superiores às do homem comum – quando, na verdade, nenhum deles disse grande coisa.[5] O mesmo fenômeno foi observado entre duas candidatas ao cargo de secretária: a velocidade de digitação da mulher “comum” foi considerada impressionante até que o entrevistador travasse contato com a mulher mais bonita, tornando a técnica irrelevante – os resultados foram os mesmos sem importar se o entrevistador fosse homem ou mulher.
Pesquisas apontam que pais de filhos bonitos são mais atenciosos e propensos a colocar-lhes o cinto de segurança, sendo também são menos propensos a permitir que perambulem para longe quando mais novos.[6] Numa experiência realizada pela ABC News,[7] uma mulher “normal” e uma bonita, ambas vestindo roupas do mesmo modelo, foram postas ao lado de uma estrada como se tivessem ficado sem gasolina no carro.[8] Poucas pessoas pararam para a mulher comum; alguns apenas deram conselhos sobre onde arranjar gasolina. Por outro lado, para a bonita, os carros paravam de imediato.[9] Resultados semelhantes foram verificados num experimento em que duas mulheres vendiam coisas num balcão de um centro comercial, e a bonita vendeu 50% a mais.[10] Mesmo as mulheres são atraídas pela beleza feminina, como bem sabem os editores de revistas destinadas ao público feminino, estas que contém, normalmente, a fotografia de uma mulher bonita na capa. Enquanto exemplo final, podemos elencar o chamado Efeito da Auréola: em processos judiciais, réus bonitos possuem maior probabilidade de serem inocentados, na mesma medida em que crianças e adultos consideram homens e mulheres de boa aparência mais agradáveis, inteligentes e confiáveis, mesmo que não digam palavra alguma. [11]
Será que esta nobre senhorita causa o Efeito da Auréola?
Há certa concordância intra e inter-cultural acerca de quem é belo.
Há certa concordância entre as culturas acerca de quem é belo. É sabido que atores e atrizes tendem a serem conhecidos por estarem acima do nível médio de atratividade, ainda que alguns considerados pouco atraentes, feito Ernst Borgnine ou Danny DeVito possam se tornar famosos na proporção em que contrariam tal tendência. O fato é que pessoas que trabalham em funções que aparecem na televisão, tal qual âncoras de jornal ou moças do tempo, tendem a possuir uma aparência acima da média. Há ainda uma concordância inter-cultural referente a quem é belo[12] que jaz para além da etnia da pessoa observada, algo que discorda frontalmente da tese de que a beleza é uma construção social ou de que a beleza é subjetiva.[13] Não se trata, aqui, de uma questão de preferências particulares ou de idiossincrasias do gosto: o dado de uma pessoa preferir loiras ou morenas não implica em sua incapacidade de reconhecer a beleza em alguém cuja cor do cabelo não é sua favorita.
Ainda que algumas culturas apreciem o que para outras pareça estranho, tal qual pescoços compridos ou adereços labiais, as culturas compartilham as mesmas preferências referentes aos seguintes aspectos:
- Simetria facial.
- Pele limpa.
- Maxilares quadrados para homens [mais masculino].
- Maçãs do rosto mais altas para mulheres [mais feminino].
- Proporção entre quadril e cintura em que, nas mulheres, a cintura corresponda a cerca de 70% da largura dos quadris.
Quanto ao quadril e à cintura, é irrelevante se a mulher for “rubenesca” (corpulenta) ou magra como uma modelo, desde que seja mantida uma silhueta semelhante à de um violão; portanto, algumas características contribuem para a mensura da beleza humana.
Peter Paul Rubens – O Julgamento de Páris
Regra geral: as pessoas tendem a selecionar seus companheiros entre aqueles mais atraentes.
As pessoas tendem a namorar aquelas cujo nível de atratividade, classe, etnia, círculo e posição social seja semelhante ao delas e, assim, não se iludem quanto à beleza de seus parceiros.[14] A avaliação de tal atratividade não depende tanto daquela do avaliador, mesmo na medida em que as pessoas não pensam, equivocadamente, que aqueles com quem namoram sejam tão mais bonitos do que realmente são e, assim, desde que sejam realistas, sabem exatamente o quão tal ou qual pessoa. Quanto menos atraente uma pessoa for, mais considerará, nos outros, qualidades não relacionadas à beleza, tal qual ter um bom senso de humor.
Por conta de certo instinto de autopreservação emocional, as pessoas são mais propensas a chamar para sair aquelas que provavelmente aceitarão o convite, pois ser rejeitado e ficar com o coração partido pode ser uma experiência terrivelmente dolorosa. Conheço pelo menos um sujeito que namorou apenas mulheres mais novas e bonitas do que ele; mas tal sujeito também é comprovadamente autodestrutivo e as mulheres acabam, inevitavelmente, rejeitando-o, talvez devido ao fato de, apesar da diferença de idade de vinte anos entre ele e suas parceiras, o homem ter se recusado, egoisticamente, a ter filhos.
Suspeito que algumas preferências estranhas desenvolvidas pelas pessoas, tal como aquela por homens magricelos ou mulheres com características faciais proeminentes (nariz grande) tendem a ser, também, motivadas pela autopreservação. Tomemos, por exemplo, uma garota do ensino médio cuja beleza se destaca: se todos os rapazes quiserem namorá-la, então, excetuando o que conseguir, cada um dos outros estará fadado à decepção e à falta de namorada. Por conta disso, por vezes, a garota mais bonita sequer é convidada por alguém para ir ao baile de formatura, pois os garotos se sentem intimidados e temem a rejeição e a humilhação caso ela ria deles; eis o caso de um estudante que, ao tomar nota do exemplo, concluiu, brincando: “eis o meu problema.” O fator econômico referente aos homens, mas não tanto quanto às mulheres, tende a ser um fato; como é bem-sabido, é mais fácil para uma mulher bonita se casar com um homem rico. A maioria das mulheres se recusa a fazer o chamado “marry down”, digo, se casar com um homem muito mais pobre; portanto, será mais raro encontrar uma mulher rica se casando com um pobretão.
Por que o subjetivismo estético? A tentativa de fazer com que as pessoas se sintam mal
O subjetivismo estético é muito promovido, em nome da democracia e do igualitarismo, nos Estados Unidos, e proclama o ideal, tão difundido, que todos devem ser considerados e, assim, numa perspectiva anti-hierárquica, advoga um “nivelamento” que exclui as noções de “melhor” e “pior.” Seu efeito no terreno da beleza é, portanto, a noção de que esta deve ser o que uma pessoa ache que ela seja. Contudo, o igualitarismo é falso desde que, caso nos refiramos praticamente a qualquer característica humana, cada indivíduo será melhor do que uns e pior do que outros: isto inclui aparência, riqueza, posição social, inteligência e seus diversos tipos, habilidades atléticas, moralidade, aptidão musical, altura, etc. As pessoas devem, sim, se consideradas iguais perante a lei, mas eis apenas um ideal pelo qual é necessário que lutemos.
Um niilista estético poderia argumentar, por exemplo, que erigir juízos estéticos consiste num exercício destituído de sentido, pois a beleza não existe e, portanto, nada há a se classificar e, assim, o assunto se encerra. Os juízos estéticos seriam, por assim dizer, idênticos em sua vacuidade. Por outro lado, tendo em conta que as ações bradam mais alto do que as palavras, um teste para o niilista estético consistiria em conferir como um de seus adeptos, supondo que o sujeito seja solteiro, reagiria à investida de uma pessoa bonita. Podemos ainda oferecer ao suposto niilista a opção de morar numa construção feia situada na área mais esteticamente terrível da cidade ou, caso a pessoa possua algum dinheiro, conferir em que espécie de casa ela e em que setor da cidade ela, espontaneamente, escolheu morar. Semelhantemente, caso nosso amigo niilista seja casado ou estiver saindo com alguém caso a companheira possua um nível de atratividade semelhante ao dele, poderíamos utilizar isso para contradizer o suposto niilismo – apesar de que, na medida em que há duas pessoas envolvidas, o niilista pode ter encontrado uma não-niilista que se importa com as aparências e concordou em namorá-lo devido à sua aparência.
Professores podem, talvez, promover o relativismo estético por conta de uma falsa compaixão semelhante àquela de que todos devem receber uma “medalha de participação”. Todavia, ninguém possui motivos para agradecer tais recompensas da mesma forma que poucos realmente se iludem com a própria aparência. O subjetivismo consiste numa mentira projetada para minimizar a dor de sentimentos feridos, uma forma de “salvar a vítima”; embora a beleza física seja o tipo menos importante de beleza, ela ainda possui seu impacto na vida das pessoas. Por vezes a realidade objetiva da beleza e da feiura pode ser necessária enquanto guia de nossa compaixão. A título de exemplo, podemos citar o caso de bombeiros que, por vezes, possuem os rostos queimados: crianças talvez chorem ao olhar para eles; adultos podem talvez se sentir de outra forma, mas serão educados caso precisem expressá-lo; mas o dado é que esses profissionais precisam viver com as conseqüências de suas feridas.[15] Seria de pouco consolo lhes dizer algo como “não se preocupe, a beleza está nos olhos de quem vê”. Para que se tenha verdadeira compaixão de tais homens, que muitas vezes sentem tal qual suicidas e chegam até as vias de fato, é necessário reconhecer sua situação real. Uma vez que nós, o público, somos beneficiários da bravura de tais homens, seria mais coerente que recebessem cirurgias plásticas pagas com dinheiro público caso recebessem danos estéticos graves durante seus atos; entretanto, o ato de “fingir que está tudo bem” impede que essas coisas aconteçam.
Tentar suprimir o conceito de beleza a fim de que se evite ferir sentimentos consiste numa drástica negação de um setor importante da realidade; caso fosse possível algo assim, então a bela arquitetura, a música, a literatura e outras deixariam de existir e, neste caso, não poderiam ser admiradas. As pessoas seriam cegas para aquilo que faz a vida valer a pena. Caso a beleza não existisse, os homens deixariam de ser atraídos pela beleza feminina e, nisto, a procriação decairia e deixaríamos de existir.
As Letras, a Música e o Departamento de Belas-Artes
Segundo sua proposta original, os departamentos de inglês existiam por conta de haver alguns escritos mais belos do que outros e, assim, os estudantes deveriam estudá-los para que aperfeiçoassem, mediante certa mimese, sua própria escrita. Analogamente, caso nenhuma arte fosse mais bela do que outra, não haveria sentido algum em departamentos de Belas-Artes, da mesma forma que escolas de culinária perdem seu sentido caso todos os pratos se tornem iguais. Os departamentos de Belas-Artes servem para selecionar pessoas cujas habilidades acima da média em desenho, pintura, escultura, fotografia, etc. possam ser melhoradas através de uma formação; segue que dependem da capacidade de aperfeiçoamento da técnica “de criar beleza” dos alunos. Da mesma forma, departamentos de música existem por conta da possibilidade de músicas e músicos serem melhores do que outros. Nisto, o talento, o gosto e a beleza precisam existir para que tais disciplinas tenham sentido. Um músico, escritor ou artista qualquer não poderia “melhorar” sua técnica caso ela não pudesse ser aperfeiçoada; segue que o rogo contra uma hierarquia estética não é compatível com a educação artística.
Qualquer pessoa pode criar coisas feias: escrita, música, comida; mas é preciso talento e habilidade para confeccionar coisas bonitas. Num tempo em que a beleza e sua procura jazem datados, fora de moda, a existência de departamentos de Letras, Música ou Artes perderam seu sentido, como podemos conferir na perda de popularidade das licenciaturas na primeira matéria. Se o conhecimento proporcionado pela literatura é reduzido à mera “informação”, destituída de qualquer senso de admiração ou componente estético, digo, num utilitarismo estéril, então vale mais ler panfletos de sala de espera do que tentar se tornar um escritor melhor.
A beleza, a Natureza, os Edifícios e Deus.
Quase tudo o que chamamos de “natural” é belo; o homem é capaz de apreciar a beleza das florestas, árvores e plantas em geral, vulcões, lagos, desertos, praias, geleiras, pradarias, animais e montanhas e, nisto, verificamos que termos evoluído em paisagens naturais deve ter nos legado alguma afinidade com sua beleza. É recomendável que todos passem algum tempo ao ar livre e já foi provado que olhar para árvores possui efeitos psico-fisiológicos benéficos, algo chamado pelos japoneses de “banho de floresta” – e, nesse sentido, parece que se tomar conselhos com uma árvore funciona melhor do que num escritório. Por conta de reagirmos positivamente à natureza enquanto adequada evolutivamente, digo, por ser o ambiente no qual nos adaptamos, terminamos por pintar suas paisagens; soa provável que os pintores paisagistas tenham, de certa forma, estimulado nossa apreciação da beleza natural na medida em que ver a natureza mediante os olhos de alguém especialmente sensível ao belo pode enriquecer a nossa própria experiência.
A maioria das produções humanas do passado, fossem ela arenas esportivas – feito o Coliseu –, aquedutos, templos, estátuas, catedrais góticas, as pirâmides maias, o Taj Mahal, castelos, palácios, casas de campo e até instrumentos científicos eram tipicamente belos. Segue que a feiúra enquanto norma da produção humana é um fenômeno recente. Arquitetos, feito Le Corbusier ou Gropius, ambos celebrados por todo o mundo, evitaram sistematicamente aspectos decorativos em prol de imensas construções de concreto que culminaram no, tão horrível quanto parece, “brutalismo”. Os arquitetos modernos, em geral, sequer se preocupam em projetar algo bonito; em vez disso optam pela “originalidade”. Em vez de mesclarem, harmoniosamente, suas construções com os edifícios circundantes, preferem destacá-los feito uma ferida purulenta – o que, de certa forma, é um monumento ao ego e seu artífice e ao triunfo do individualismo e do narcisismo que pretere o bem comum. Ambos os citados queriam que todos víssemos imensos blocos de concreto enquanto eles, os arquitetos, vivam em belas e tradicionais casas de campo, rodeadas de plantas, árvores, vinhas e flores.
Berdiaev aponta que, a partir do século XIX, houve uma tendência entre os artistas que os levou a perseguir antes a realidade do que a beleza; e a verdade é que, em seu estado atual, o homem moderno não é, realmente, muito bonito. Assim, a poesia e as outras artes passaram a retratar antes do inferno do que reminiscências do paraíso e profecias sobre a transfiguração. [16] Um das razões da tensão entre o homem moderno e a beleza consiste na perda da noção de transcendência. Ainda que a verdade seja, ela mesma, uma noção transcendente e eterna, ainda pode ser “usada para negar” a existência do transcendente enquanto divino; nisto, a conjunção do afastamento de Deus e da beleza faz com que a ligação entre ambos pareça mais difícil de ser negada.
Quando viajamos pelo Vale do Reno, na Alemanha, é possível avistar, pelo caminho, algumas aldeias cujo edifício mais distinto, atraente e chamativo é a igreja local. Da mesma forma, na França, são as catedrais, feito a de Metz, que representam o mais belo em matéria de arquitetura. Caso alguém considere a religião totalmente má, parecerá estranho que resulte em tanto beleza – uma que até os ateus apreciam. Nisto, parece que as coisas belas foram inspiradas por alguma conexão com o divino – quando nos afastamos de Deus e da religião, rejeitamos a beleza. Belos edifícios inspiram nosso amor e devoção e, assim, constituem um incentivo à sua manutenção, pois tornam o mundo mais amável. São, portanto, uma grande realização humana.
Os ambientes arquitetônicos mais jovens tendem a ser os mais feios que já existiram; os complexos comerciais urbanos são, comumente, abominações cacofônicas de fealdade, na mesma clave de todas as monstruosidades modernistas. Toda a beleza arquitetônica perceptível advém de períodos anteriores, como podemos verificar comparando o Sheldon Hall e o Culkin Hall. O tão horrível centro comercial, existente apenas para facilitar negócios em geral, não é mais do que útil – e, por isso, contém abundância de estacionamentos construídos num terreno barato. Entretanto, adoecem a alma humana: visitá-lo nos força a negociar o mais rápido possível para que possamos sair; nisto, não temos alívio emocional algum.
Sheldon Hall [Esquerda] e Culkin Hall [Direita]
Mircea Eliade, a quem devemos a invenção da disciplina chamada religião comparada, observa certa semelhança entre os símbolos religiosos em geral: a imaginação humana tende a associar o céu ao divino, feito quando se refere aos “deuses lá em cima” e “nós aqui embaixo”. Nisto, coisas verticais são, freqüentemente, consideradas enquanto relativas ao divino: árvores, montanhas, zigurates, pirâmides e totens, todos já foram considerados sagrados, tal qual torres de Igreja.[17] Ao elevarem nosso olhar aos céus, servem de símbolo para a ligação entre o sagrado e o profano, o imortal e o mortal, os deuses e os homens. As colunas dos templos desempenham a mesma função simbólica, mantendo-a mesma quanto utilizadas em casas. Em Oswego, as casas mais antigas e tradicionais possuem alpendres com colunas e grades, algumas até mesmo decorando o interior de suas salas de estar. Nisto, assumem um pouco da sacralidade implícita na simbólica das colunas e, quiçá, sugiram alguma proteção divina. Imaginar o céu significa idear um lugar bonito; um céu feio é um oximoro. Apreciamos a beleza e evitamos a fealdade; nisto, como poderíamos querer viver num céu feio ou odiar um céu bonito?
Roger Scruton, ao tratar da concepção de beleza em Platão, comenta a forma com que o divino é refletido em nossa morada terrena; isso significa que a beleza e o mistério caminham juntos, uma vez que o divino jaz atrelado àquilo que não compreendemos. Scruton diz: “Para Platão, a única explicação para tal experiência [da beleza] refere-se à sua origem transcendente; ela nos fala com a voz de Deus. Também Kant […] crê que a experiência do belo nos liga aos mistérios últimos do ser. Mediante a beleza, somos levados à presença do sagrado.” [18] Nisto, o mistério do ser e, sobretudo, do sagrado, referem-se às realidades transcendentais.[19]
A crescente “escassez” e até certa guerra contra o belo coincidem, historicamente, com a ascensão do secularismo ateísta, que a rejeitou enquanto valor eterno, comunal e algo digno de preservação. A noção de que a beleza jaz conectada ao anseio por algo de cepa superior e elevada conflita diretamente com o ethos igualitarista. Os estudantes contemporâneos têm sido constantemente desencorajados a cultivar ou apreciar a beleza; nisto, quase todos os americanos vestem um “uniforme” monótono, aborrecido, de calças jeans, camisa e tênis, como se fossem cortar a grama, para, assim, não serem considerados superiores a ninguém – algo estendido até a multimilionários como Mark Zuckerberg.
Mark Zuckerberg
Por que gostamos da beleza
A beleza existe; ela não se reduz apenas a uma experiência universal: é uma necessidade. Plotino afirma que nos afeiçoamos à beleza por conta de sua origem espiritual; ele sugere que somos seres espirituais e que possuímos certa ligação [também espiritual] com todas as coisas belas enquanto levanta o véu que nos separa do reino transcendente e, assim, revela o divino. Uma parte de nós precisa ser bela para que possamos apreciar a beleza, e fazer isto é belo. Não faz sentido pensamos que o que há de feio, prejudicial e repulsivo em nós refira-se a algo bom feito a beleza. A parte de nós que aprecia a beleza é a que jaz mais próxima, em natureza e afeição, do divino. Deus seria, então, a fonte e o topoi da beleza; Ele jaz dentro de nós e nossa natureza, enquanto imago Dei, anseia pelo belo. Caso Deus seja um sonho, então é o mais belo deles. Scruton comenta que bons pintores transformam o real à luz do ideal e, assim, o tornam belo e oferecem consolo e remédio para as dificuldades da vida; as pessoas preferem viver e trabalhar em edifícios bonitos e a música, a arte e a literatura, enquanto belas, redimem a vida e conferem-lhe sentido.[20]
Há histórias de crianças que, prestem a morrerem câncer, consolaram seus pais, já em luto, dizendo-lhes para não ficarem tristes; essas crianças demonstram, assim, certa maturidade, graça e, mormente, uma dignidade bela e admirável. Quando o pai da ficção “A Vida é Bela” [21] tenta esconder de seu filho a horrível realidade do campo de concentração em que foram presos e, assim, o priva da oportunidade de ter uma morte digna. Platão entende a beleza enquanto via para a virtude na medida em que é necessário que a vejamos enquanto bela para que possamos persegui-la. Eis a chave de leitura para muitos dos diálogos platônicos: a beleza moral de Sócrates se destaca enquanto contrastante com a moral repugnante de seus interlocutores. O filósofo é, assim, oferecido enquanto modelo mimético. [22] A perversidade de Nietzsche se torna facilmente visível quando comparada à dos personagens Polo e Cálicles.[23]
Hans Urs von Balthazar[24] afirma que, sem a apreciação da beleza, tanto o amor quanto as orações se tornariam impossíveis, e Scruton comenta que um mundo feio consiste num lugar impossível de se amar; nisto, propõe que a arquitetura moderna é um crime contra a beleza e que sua rejeição pelos artistas modernos os leva a chafurdar na fealdade em vez de redimi-la. A feiúra desgasta a alma; o que atrai as pessoas é, de fato, o belo: as ações humanas, os edifícios, a música, a natureza, desde que belos, fazem do mundo nosso lar.
Conclusão
Escrevia Keats que a beleza é verdadeira e a verdade é bela; entre o verdadeiro, o bom e o belo, talvez o último deveria ser o principal objeto da vida humana, pois, caso não houvesse beleza alguma em oposição à burla e ao erro e a bondade fosse feia, a vida seria insuportável. A beleza é a anamnese das realidades divinas mencionadas por Platão, sendo ainda a profecia de um mundo transfigurado. A beleza existe enquanto reflexo do eterno no terreno. Somos atraídos por ela e por ela nos afeiçoamos enquanto fazemos dela nosso lar. A beleza da alma ultrapassa, de longe, a do corpo, e nisto Scruton erra ao comentar, em Por que a Beleza Importa, que Platão considerava a beleza do rosto humano superior, quando, na verdade, o que o filósofo grego cria era que a [beleza] da alma moralmente boa era mais elevada e bonita. Sócrates foi famoso por sua feiura, mas no Banquete um dos personagens imagina que o filósofo carrega pequenos deuses em seu interior. [25]
Não há muito que uma pessoa possa fazer em relação à própria beleza física; ela pode perder peso, cortar o cabelo, tomar banho e se vestir bem, mas, ainda assim, há limitações. No entanto, a beleza da alma é mais importante e, por princípio, totalmente sob controle. A beleza corpórea é uma casualidade e, em grande parte, um acidente; pode parecer injusto que algumas pessoas sejam muito mais bonitas que outras, mas a realidade é que por vezes a diferença refere-se a alguns milímetros num rosto. Entretanto, quando se compreende que a beleza interior é o segredo da vida, qualquer ressentimento relativo à beleza física pode ser posto de lado e, então, esta passa a ser apreciada como reflexo da luz da eternidade.
Nota do Editor: Nosso plano original era traduzir o Aesthetic Knowledge segundo sua versão corrente. Entretanto, posto que boa parte das fontes estava indisponível, resolvemos entrar em contato com o autor. Nisto, recebemos a versão atualizada que serviu de base para esta tradução. Nossos agradecimentos ao Sr. Richard Cocks.
Caso o leitor tenha aprendido algo com nossos textos, favor considerar uma doação, via PIX [real] ou Lightning Network [Bitcoin], no código QR correspondente. Sua contribuição nos motiva a continuar fornecendo filosofia de forma simples, mas não simplificada.
Pequena Bibliografia sobre Arte e Estética.
Elenco, aqui, os poucos livros que conheço sobre Arte e Estética. Não possuem ordem alguma para além da alfabética.
- Ângelo Monteiro – Arte ou Desastre
- Ariano Suassuna – Iniciação à Estética
- Carmo D´orey (Ed.) – O Que é Arte? A Perspectiva Analítica
- Edmund Burke – Uma Investigação Filosófica Sobre a Origem de Nossas Ideias do Sublime e do Belo
- Eduard Hanslick – Do Belo Musical
- H. Gombrich – A História da Arte
- Enrico Fubini – Estética da Música
- Gordon Graham – Filosofia das Artes
- Gregory Wolfe – A Beleza Salvará o Mundo
- Leon Tolstoi – O que é Arte?
- Nelson Goodman – Linguagens da Arte
- Noël Caroll – Filosofia da Arte
- Roger Scruton – Arte e Imaginação
- Roger Scruton – Beleza
- Roger Scruton – Estética da Arquitetura
- Susanne K. Langer – Sentimento e Forma
- Tzvetan Todorov – A Beleza Salvará o Mundo
- Umberto Eco – História da beleza
- Umberto Eco – História da Feiura
- Frank Sibley – Aesthetic Concepts
- Jerrold Levinson – Music, Art and Metaphysics
- Nick Zangwill – The Metaphysisc of Beauty
- Paisley Livingson – Art and Intention
- Peter Kivy – The Blackwell Guide to Aesthetics
- Philip Petitt – The Possibility of Aesthetic Realism
- Robert Stecker – Aesthetics and the Philosophy of Art: An Introduction
- Stephen Davies – Definitions of Art
Notas:
[1] Anna Gosline, “Babies Prefer to Gaze Upon Beautiful Faces”, New Scientist (6 de Setembro de 2004) <newscientist.com> (acessado em 30 de Setembro de 2017). [N.A.]
[2] ABC 20/20 Special Lookism Part 1: How you looks effect everything in your life [N.A.]
[3] John Stossel et al., “The Ugly Truth About Beauty, ABC News (online) (23 de Agosto de 2002) (acessado em 30 de Setembro de 2017). [N.A.]
[4] Ibid. [N.A.]
[5] Ibid. [N.A.]
[6] Nicholas Bakalar, “Ugly Children May Get Parental Short Shrift”, The New York Times (online) (3 de Maio de 2005) (acessado em 30 de Setembro de 2017). [N.A.]
[7] ABC 20/20 Special Lookism Part 1: How you looks effect everything in your life. [N.A.]
[8] Ibid. [N.A.]
[9] Ibid. [N.A.]
[10] Ibid. [N.A.]
[11] Ibid. [N.A.]
[12] Gad Saad – Beauty: Culture-Specific or Universally Defined? The universality of some beauty markers. Publicado em 6 de Abril de 2010. [N.A.]
[13] Gad Saad – Beauty: Culture-Specific or Universally Defined? The universality of some beauty markers. Publicado em 6 de Abril de 2010. [N.A.]
[14] John M. Grohol, “Does Our Own Attractiveness Affect Our Dating Preferences?” Psych Central (blog) (2008) (acessado em 30 de Setembro de 2017). Ver também: L. Lee, G. Loewenstein, D. Ariely, J. Hong e J. Young – “If I’m not hot, are you hot or not? Physical-attractiveness evaluations and dating preferences as a function of one’s own attractiveness”, Psychological Science (2008) Vol. 19 No. 7 pp. 669-677. [N.A.]
[15] Jeff Nelson, “How the First Extensive Face Transplant Helped a Burn Victim Reclaim His Life ‘Now I’m Just a Normal Guy – There’s No Staring” People (online) (21 de Novembro de 2016) (acessado em 30 de Setembro de 2017). [N.A.]
[16] Berdyaev – The Divine and the Human, Semantron Press, p. 145. [N.A.]
[17] O Simbolismo vertical pode ser encontrado no livro O Sagrado e o Profano. [N.E.]
[18] Roger Scruton, “Why Beauty Matters” 2009. [N.A.]
[19] Scruton comenta o mesmo em seu livro Beleza. [N.E.]
[20] A noção de beleza enquanto redenção e semelhantes surge no romantismo, em meio ao afã de encontrar, na arte, a seiva espiritual que conferiria sentido a um mundo corroído pelos “ismos”. Nisto, Cocks, ao elogiar a beleza, acaba usando os jargões que a transformam não no espelho do divino mas em seus substituto. Ver Isaiah Berlim, As Raízes do Romantismo. [N.E.]
[21] “A Vida é Bela” (Realizador: Roberto Benigni; Escritor: Roberto Bnigni e Vincenzo Cerami; Lançado: Miramax, 20 de Dezembro de 1997). [N.A.]
[22] No Górgias, Sócrates debate com Górgias, Polo e Cálicles. Cada um deles se revela mais repulsivo do que seu antecessor e, assim, todos se opõem a Sócrates, que por sua vez defende uma vida moralmente boa enquanto seus adversários advogam pelo egoísmo. O fato de Platão ter posto Sócrates enquanto admirável e digno de imitação não é um fato plenamente exposto pela maioria dos comentadores. [N.A.] O caráter dos Interlocutores do Górgias pode ser conferido, por exemplo, no Ler Platão de Thomas. A. Szlezák. Ali, o comentador expõe que a condição espiritual do interlocutor o impede de aprender filosofia corretamente e, assim, o Sócrates platônico restringe seu conhecimento para que ele não seja “corrompido” por um incapaz. [N.E.]
[23] Em A Genealogia da Moral, Nietzsche rouba de Cálicles, o personagem platônico, a noção de que a lei é feita pelos fracos enquanto forma de proteção contra os fortes e, nisto, não há interesse algum em justiça. [N.A.]
[24] Hans Urs von Balthazar – Seeing the Form: The Glory of the Lord, A Theological Aesthetics. Tradução de Erasmo Leiva-Marikakis; Ed. de John Riches. (T&T Clark, 1998 [1982]) [Herrlichkeit: Enine Theologische Äesthetik, I: Schau der Gestalt (Johannes Verlag, 1961)]. [N.A.]
[25] Alcibíades diz isto no Banquete: “Ora, afirmo que ele é sumamente semelhante a essas figuras de silenos postadas nas lojas de estatuária; refiro-me a essas que nossos artesãos produzem empunhando flautas campestres ou flautas; quando suas duas metades são separadas, descobre-se que contêm estatuetas de deuses.” O Banquete 215a. [N.A.]
Posts Relacionados
-
Perguntas e Respostas
Por Helkein Filosofia Boa parcela da filosofia platônica, quando referente a seu viés…
-
O Eterno e o Presente: Parte I
Reflexão sobre temas extraídos ou implicados em Jumyou wo Kaitotte Moratta como leitura filosofável. …
-
O Platão de Eric Voegelin: Parte II
por Julianne M. Romanello Tradução de Rodson Matos Problemas Interpretativos Específicos da Abordagem voegeliana…